terça-feira, fevereiro 06, 2007

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Chegamos de Sampa no domingo à noite.
Computador, papa, mama e o ní sobem pra dormir.
O Telefone tocou duas vezes, mas como eram 2 da manhã e só eu tava acordada não atendi: recomendações maternas [ esses presidiários que ficam ligando e fazendo terror por telefone, sabe... ]. Depois, o celular de mama começa a tocar na sala: atendo.
Vovó: "Tia Dirce morreu".

Tia Dirce... Aquela senhora de 70 e poucos anos, irmã da vovó, morava com vovó à 6 anos... Não, ela nunca foi uma " boa pessoa".
Nunca foi agradecida, ou simpática, ou gentil com os outros. Em raras ocasiões estava de bom humor e dava risada à toa, como no final de semana da sua morte.

A Tia Dirce cantava os temas de abertura das novelas [e se posso abrir um colchetes, todas as novelas - desde à sessão da tarde até a novela das 8 ].
A Tia Dirce via casos de família. E opinava.
A Tia Dirce chingava a mulherada da tv.
A Tia Dirce repetia as coisas. Várias vezes.
A Tia Dirce era possesiva.

mama para vovó: " Pq o diretor desse filme é o Steven Spilberg. "
Tia Dirce : " QUê?! "
mama: "Steven Spilberg."
Tia Dirce: " Istívin Ispibergui? "
mama: " Não, tia. Is-ti-vein Is-pil-bér."
Tia Dirce: "Is-ti-vein Is-pil-bér...Isti-vein Ispil-bér... Istivein Ispilbér... "

tio para mama: "Mas então, aí o Jorge falou... "
Tia Dirce: "Que Jorge!? "
tio: "O Jorge.. não faz diferença, tia. Você não conheçe. Faz diferença? ¬¬ "
Tia Dirce: "Não.. mas eu gosto de saber..hehe "

Essa era a Tia Dirce.
Dizem que as pessoas viram santas quando morrem... Não a Tia Dirce... No final das contas era, em 98& uma senhora rabugenta.... que vai fazer falta.



Boa noite e [muita] Boa Sorte.